Já não consigo escrever, tudo que é feito é apagado, como se
nada mais fizesse sentido, como se todas as palavras despencassem das linhas e
se perdessem em meio às frases.
O sentido perdeu sua razão, assim como o amor já não se
importa para o que a cabeça insiste em martelar. Nenhuma sensação respeita a
outra, e as reações são cada vez mais inesperadas do que a vontade.
O querer já não tem motivos de realização, o desejo perdeu
seu sentido, assim como o acreditar desacredita que ainda possa existir o amor.
Os olhos estão cansados de derramar lágrimas, assim como as
próprias lágrimas já estão se esgotando e em seu lugar se estampa um sorriso
nervoso e trêmulo.
As mãos ficam molhadas, geladas e trêmulas. Os olhos já não
sabem para onde olhar, até que a sua imagem aparece, e assim paralisa tudo, o
sentido, a razão. Sinto em meio o nada escutando somente o coração em um
batimento acelerado, e persigo cada gesto seu como se ainda fizesse parte de
mim.
Tento não importar com mais nada, mas vou atrás das incertezas,
e quando desisto você aparece e leva toda a coragem de desistir e me deixa com
o pouco que me resta do coração. A parte que me resta, é aquela me ama além de
tudo, a que se importa comigo, mas que precisa da outra parte, mas ela se foi
com você.
Hoje quero que seja
único, e que o amanhã chegue como tem que ser e que traga com ele mais uma gota
de coragem e força, e que o passado fique com a tristeza e com a incerteza de
um talvez.
S.A.
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